Cap. 220
— É estranho como aqui já tem neve cobrindo tudo, sendo que o inverno ainda nem começou. – divaga Augustus enquanto olha Nokomis seguindo mais adiante.
Já faz alguns quilômetros desde que a moça se afastou envergonhada.
Cobra esclarece: — Aqui o frio chega mais cedo. É tudo neve nova que ainda não endureceu direito. É quase um barro branco.
Augustus: — Lembra umas montanhas, lá na Europa, em que fiquei hospedado com minha família. Gelada e silenciosa.
As memórias do delegado são interrompidas quando Nokomis para e desce do cavalo. Ela acena chamando Augustus que prontamente obedece.
Nokomis: — Ali, está vendo aquele monte de neve na beira da trilha?
Augustus balança a cabeça positivamente.
Nokomis continua: — Ele é muito mais alto que o resto em volta. Isso mostra que tinha algo lá antes e foi coberto pela neve.
Augustus: — E o que é?
Nokomis: — Vamos ver.
A nativa se aproxima e começa a remover a neve, desvendando uma grande rocha.
Nokomis, apalpando a pedra: — Viu? Dá para sentir que tem um sinal entalhado aqui também. Uma teepee, mostrando que tem um lugar bom para acampar por perto.
Augustus: — Deve ser a tal Pedra do Francês, logo ali acima.
Nokomis, intrigada: — Sim, deve ser. Mas a neve não teria como cobrir toda essa rocha. Parece até que cobriram tudo de propósito só para esconder o sinal.
Cobra Traiçoeira não gosta do que ouviu: — Volte para o cavalo e vamos subir a montanha até a Pedra do francês.
Nokomis faz seu último comentário: — A tem neve demais acumulada em volta da rocha, como se quisessem esconder mais...
A moça é interrompida por um par de mãos que salta do meio da neve e começa a puxá-la para dentro.
Augustus tenta agarrar a moça, mas outras mãos surgem. Ela some na neve, mas Augustus consegue puxá-la de volta.
O esforço, porém, só serve para que ele veja o pescoço dela dilacerado, o sangue escorrendo e os olhos já sem vida da nativa.
O corpo dela é puxado novamente, deixando Augustus atônito segurando o colar da moça nas mãos.